Um poço sem fim

Era um cara comum, que tinha o dom de conquistar as mulheres com uma facilidade que intrigava quem quer que chegasse perto dele. Era apenas olhar fundo e... Pronto! A garota sentia-se extremamente envolvida. O cara era inimaginavelmente galinha, não ligava para os sentimentos de ninguém. Logo ele, que, poucos anos atrás foi um garoto bobo que sempre enfatizava o amor em tudo o que fazia. Mas o que realmente intrigava seus amigos, não era sua capacidade estrondosa de persuadir as mulheres, era a pessoa que ele se tornou depois de anos no profundo abismo do amor.

E mais, esse era um fato que intrigava inclusive ele. Pensava em como era ingênuo ao acreditar que, um dia, encontraria alguém para, enfim, ser feliz ao seu lado. Era em que ele realmente acreditava. Depois de muito se questionar, chegou a um ponto que não conseguia mais entender por quais motivos ficara daquele jeito. Será que foi pelos amores não correspondidos? Ou ele apenas passou por uma fase em que as músicas pop que ouvia fizeram-no pensar daquela forma? Era uma difícil questão a se compreender, cálculos matemáticos e fórmulas físicas não eram nada se colocadas ao lado de tal dúvida. Aos poucos, foi perdendo o poder da persuasão, mas a fama de galinha perdura, aparentemente, pra sempre. Questiona-se sobre o que acontece com ele atualmente, se ainda acredita no amor, ou se simplesmente não tem mais motivos para relacionar-se com alguém. Não quer estudar, nem trabalhar, nem nada...

Não gosta da vida, nem do jeito que ela é vista e vivida. Não concorda com os estereótipos criados e vinculados para pessoas. Não entende o porque de o mundo ser essa fantasia sem fim e toda essa conspiração em que ele vive. Vive apenas para fazer feliz as pessoas que ele gosta. Nada de amores, nada de obrigações, nada de nada. É um poço sem fim.

Texto: AdolfoFreitas/Dodô - Siga-o no Twitter: http://www.twitter.com/AdolfoFreitas

Colaboração: KlebsonJordão/Kreubi - Siga-o no Twitter: http://www.twitter.com/Kreubi