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quarta-feira, 2 de junho de 2010

Desinspiração...


Nas últimas semanas não tenho escrito nada. Realmente nada. Tenho fatos, idéias e opiniões, mas na hora de passar para página em branco, acontece alguma porra que me impede de transformar os pensamentos em palavras escritas.
Ultimamente não tenho lido, embora fique em contato básico com leitura e escrita diariamente, não me recordo da ultima vez que me diverti (de verdade) lendo algo. Tipo, não me lembro da ultima vez que tirei algumas horas do meu dia pra esquecer dessa porra escrota que é a minha vida e suas respectivas injustiças lendo algo prazeroso e improdutivo. Sim, porque geralmente o que eu gosto de ler, pra maioria, é irrelevante ou improdutivo. Cada um faz o que pode pra esquecer ou ignorar os ambientes ruins que convivem ou são obrigados a conviver, alguns usam drogas, outros fumam, alguns desabafam no ombro de um amigo, outros guardam para si. Eu lia. O que importa é que todo mundo tem uma merda angustiante na mente que implora pra ser passada adiante. Eu ouço essa voz (a minha própria voz) na minha cabeça, recitando diálogos constantes entre mim e pessoas desconhecidas, sem nome ou rosto. Ouço e visualizo situações que nunca aconteceram e que provavelmente não vão acontecer. Já tentei inúmeras vezes transcrever algo disso, sem muito sucesso. Preciso deixar esses pensamentos saírem, eles surgem de maneira ritmada, embalados em sinfonias idiotas, acordes desconhecidos e canções antigas, todas as vezes que fico com raiva, indeciso, angustiado, nervoso (o que é quase sempre), vou imediatamente pra minha pasta de músicas no computador e escolho um cd ou a sequência de músicas que me ajudará a pôr tudo num lugar onde as pessoas geralmente não irão ver.
Meus familiares não gostam do que eu ouço. A televisão, nessa maldita casa, está sempre alta, mas quando eu ponho algo aqui no quarto, de uma simples melodia à um vocal gritado, estou sempre sendo repreendido, e não, eu não ponho  tão alto, não pretendo estourar as caixinhas de som, mas gosto de moldar um ambiente onde eu, ao menos, consiga ouvir A MÚSICA, não as conversas idiotas, as risadinhas, as piadas, comentários e críticas provenientes da sala e dos outros arredores desse lugar. Gosto de ouvir A MÚSICA e meus pensamentos costumam acompanhar a batida, seja ela melancólica, agressiva ou capaz de apaziguar o que vocês chamam de alma.
E fico com raiva, com vontade de quebrar o máximo de coisas possíveis incluindo minhas próprias mãos, fico com raiva, mas somente palavras saem da minha boca, xingamentos, reclamações e respostas ríspidas fazem parte do meu repertório. Provavelmente eu sou um merda egoísta que não se importa com nada além de mim mesmo, correto?!
Que se FÔDA! Continuo irritado, posso agir como um egoísta e não me importar com nada além de mim, mas eu tenho meus momentos e provavelmente não sou o único, a maioria das pessoas (que se darem ao trabalho de ler isso) também passam por coisas parecidas.
Agora sim estou mais calmo, depois de horas no escuro, sozinho, pensando, digitando e apagando, escrevi minhas primeiras palavras após semanas. Quando conseguirei essa proeza de novo? - sem ouvir nada!? - Não será DEUS que irá me dizer.


Texto: KlebsonJordão/Kreubi - Siga-o no Twitter: http://twitter.com/Kreubi
Colaboração: AdolfoFreitas/Dodô - Siga-o no Twitter: http://twitter.com/AdolfoFreitas

Um comentário:

  1. És um meliante mesmo. Interessante o texto... É isso aew. Atividade

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