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sábado, 1 de outubro de 2011

Momento atual


Fazia um bom tempo que não escrevia nada. Quase 2 meses sem abrir uma página do WORD. O engraçado é que escrever é a única coisa que sinto que SEI FAZER, me dê o tempo necessário, a música correta, uma xícara de café, e posso relatar cada pensamento minucioso, exemplificá-lo e organizá-lo. Tenho inúmeras suposições sobre os motivos que têm resultado no atual bloqueio de escrita, mas no fundo sinto como se estivesse perdendo minha ÚNICA habilidade.
         Eu só quero VIVER em PAZ, sem pressão, expectativa, sem medos e inseguranças, a verdade é que mudei muito desde o meu primeiro escrito, e quem acompanha esse BLOG deve ter presenciado meus momentos mais obscuros transcritos aqui com um toque extremamente pessoal. Antes eu me sentia revoltado com coisas que aconteciam ao meu redor, criticava, mas não deixava de ser expectador. Agora tenho criticado, me revoltado, brigado, mas têm sido TUDO muito mais REAL. A vida tá se tornando real. Obrigações, definições do futuro, novos fatos, tem horas que me sinto doente, cansado, incapaz, não gosto de ser oprimido, não gosto de ser obrigado a fazer coisas que não concordo, não gosto de mentir, mas faço isso todos os dias no meu TRABALHO. Estou freqüentando um curso pré-vestibular, mas não me sinto tão preparado, pois não consigo esvaziar minha mente, me sentir calmo, não consigo abaixar minha cabeça, fechar meus olhos, ANO passado passei na 1° fase da UFBA, mas não é, e nunca será, o suficiente pra mim, pois não consigo reprisar a sensação de tranqüilidade que eu tinha quando fiz aquela prova. É como se minha vida dependesse de eu passar em algo, mesmo já tendo incluído no meu planejamento para 2012, pagar pelos meus estudos. De acordo com meus cálculos, é viável. Mas a minha cabeça anda cheia de vozes, cheia de tons, cheias de opiniões, de críticas, de olhares, de risos irônicos, tento esconder isso com piadas, minha tentativa desesperada para minimizar os maus sentimentos e as preocupações. Mas as perseguições e críticas são proporcionais aos meus esforços.
         Como eu ia dizendo no 1° parágrafo, acho que tenho perdido minhas habilidades, não consegui escrever um texto dissertativo argumentativo sobre Globalização, Aquecimento global, Violência Urbana e Desigualdade Social. Posso alegar a falta de tempo, posso alegar que só consigo produzir na página do WORD, mas no fundo acho que é incapacidade, nenhum parágrafo parece se encaixar, nenhuma idéia é tão inovadora, tudo parece um grande clichê de informações baratas, posso acrescentar que também não tenho lido, meu plano de comprar um livro por mês foi por água abaixo, não assisto mais filmes, nem séries, minha net não está mais tão eficiente, meu acesso a informação se limita a um telejornal que eu já assisto em lapsos de consciência deitado no meu sofá na hora de dormir. Se eu fosse um computador, meu processador estaria ultrapassado, não retenho mais informação e não sintetizo mais nenhum valor, me sinto uma pessoa sem argumentos para a vida em sociedade. Não sou mais o mesmo com meus amigos, com minha família, mau os vejo, ainda tenho minha namorada (ela trabalha e faz curso comigo), mas na aula, prestamos atenção no assunto, no trabalho, tentamos ganhar o máximo de dinheiro que podemos, no fim de semana, o mundo conspira para dizer que já nos vemos todos os dias e que ficarmos longe um do outro não vai fazer mal. OU seja, no único dia de descanso, já é óbvio que não dá pra satisfazer tudo e todos, mas não podemos descansar e ficar juntos como um casal normal, se divertir, conversar sobre qualquer coisa menos trabalho, aulas, dinheiro, dívidas, e outras complexidades.
         Confesso que de vez em quando a culpa é minha, tenho tanta coisa na minha mente, que preciso de uma explicação comprovada cientificamente, embasada com gráficos financeiros especificados, tecnicamente, o que não é mais novidade pra qualquer um que acompanhe os meus escritos, não sou a pessoa mais normal do MUNDO.

Música do post: Seria o Rolex?
 
Texto:KlebsonJordão/Kreubi- Twitter-Kreubi 
Colaboração:AdolfoFreitas/Dodô - Twitter-Dodô