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domingo, 24 de outubro de 2010

O dia do Surto

  
 
Você acorda, olha ao redor pra saber se algo mudou, percebe que as coisas estão exatamente como você deixou há alguma hora atrás, pensa se foi muito ingênuo ao acreditar numa transformação instantânea da própria vida. O que eram algumas horas?
Levanta-se e se veste da maneira habitual, seguindo à risca um planejamento implantado no subconsciente, mas algo ainda te incomoda. Esse som que não te abandona, uma levada na bateria que fica ecoando na sua mente, aumentando o tom em vários momentos, misturando com guitarras inexistentes criou-se uma melodia perfeita, com qual finalidade?
Todas as conversas durante o café da manhã não importaram, você não prestou atenção, você não queria saber, respondia de forma curta e ríspida, já estava se familiarizando com a tal melodia, era divertido viver sob essa perspectiva, mas não basta, eles sempre querem mais de VOCÊ, e insistem em pedir, em te chamar, em te incomodar, VOCÊ só queria paz, ou que eles ouvissem sua música, que eles entendessem suas coisas, você sabe que não vai ser fácil, na verdade você nunca acreditou que seria, mas é preciso tentar, hora de verbalizar seu som, atribuir um VOCAL. Como proceder?
Com sua melodia em mente, pensando numa forma inteligente de expor sua obra prima, você se lembra de alguns acordes no violão, trabalha no seu projeto a tarde inteira, e a noite pensa em como seu trabalho valeu a pena, como você gostou de fazer isso, foi divertido, relaxante, intenso. Com a música terminada, você disse que agora era hora de mostrar a todos, de fazê-los notar a sua presença, chega num ponto movimentado do seu trabalho, senta sozinho, pega o violão, e começa a pôr em prática tudo que ensaiou, as pessoas se empolgam com a melodia, acham divertida, confortante, até você resolver mudar o rumo, você intensifica o ritmo, acrescenta solos, se destaca, chama ainda mais a atenção, a música que no inicio era melodiosa, se torna agressiva, as pessoas notam a mudança drástica e começam a perguntar se você havia enlouquecido, disseram que já estava chato, mas você queria mostrar mais, queria fazê-los sentir a intensidade também, ELES começam a fazer o que sabem de melhor, rejeitar tudo que é diferente e ousado, eles reagem ao seu “insulto” e pedem que você PARE, VOCÊ não liga e continua, ELES te obrigam, te machucam, e quando pensam que você desistiu de lutar pelo que queria, VOCÊ consegue se desvencilhar, pega a ARMA que roubou do armário do seu PAI, mata alguns desses filhos da PUTA, RI enquanto eles gritam, Você gosta da sensação, gosta da idéia de fazê-los sofrer, VOCÊ está, enfim, feliz. Encharcado de SANGUE, mas FELIZ. Agora você já tem o VOCAL perfeito pra sua melodia.



Pelo amor do SEU DEUS, Isso é um texto fictício...
Matar pessoas é errado! Não se empolguem!


                                                                                                                                   
Texto: KlebsonJordão/Kreubi - Twitter-Kreubi Colaboração: AdolfoFreitas/Dodô - Twitter-Dodô


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