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domingo, 3 de outubro de 2010

Ultimamente


Ultimamente as coisas têm sido bem fáceis pra mim, tipo, quando eu quero uma coisa, eu digo que quero, quando eu penso algo, eu digo que penso, pode ser idiota, mesquinho, tosco, inútil, já estava na hora de parar de hipocrisia, parar de tentar fazer as coisas parecerem tão legais, porra de ser coerente sempre, não! Que se fôda a coerência!
Se eu quero que o mundo se fôda, se eu não ligo se DEUS vai salvar minha doce alma, se eu quero beber, fumar e foder, não necessariamente nessa ordem, e daí?
Lembro de uma vez quando eu me senti puto ao ouvir alguns idiotas rirem de mim, uma moça legal que conheci na minha adolescência, disse que eu tinha uma coisa que faltava na maioria das pessoas, TEMPERANÇA, não entendi do que se tratava no início, depois de algum tempo percebi que é bem mais que uma palavra, a virtude de saber controlar ímpetos, impulsos e excessos é que moldou meu instinto. Podem me encher o saco, me ameaçar, xingar, rir, eu só revido se eu sentir a réstia da malicia  na mudança do tom de voz, e mesmo assim não vou passar de palavras ríspidas, e nas últimas opções, vou ignorar. Como se nada estivesse acontecendo. Sempre soube sair da maioria dessas situações, tive meus dias onde não fui tão bem, mas assim é a vida.
O ponto que eu realmente quero chegar é: EU quero sim foder com a minha vida, quero beber muito, fumar bastante, trepar o máximo possível, quero destruir, quebrar coisas, usar e abusar, ouvir música alta, xingar o quanto puder, quero trabalhar num arranjo musical qualquer e me ouvir tocando depois, quero que meus textos sejam lidos por outros, quero ser reconhecido pelas coisas boas e ruins que fiz. Mas eu sei que NÃO POSSO fazer nada disso agora, não depende só de mim, tenho que fazer algumas coisas antes, tenho pessoas pra ajudar, gente que ainda possui alguma expectativa sobre mim, tenho trabalho a fazer, é por isso que tento ser a porra  dessa alma puritana, incapaz de matar qualquer coisa além de tempo (embora tenha vontade, às vezes!), no momento, não bebo, nem fumo, nem fôdo (tanto quanto queria), não brigo com idiotas na rua, não me meto em confusão, não faço tanta merda, apenas penso, observo, fico na espreita, esperando o melhor momento pra me mover, e assim vou levando uma vida arrastada, digo o que penso, fazendo o oposto pra me garantir no jogo, pra quando as pessoas que realmente me importam precisarem, poder estar apto pra ajudá-las, mas quando elas ficarem auto-suficientes, felizes, estabilizadas, sem sofrimento, dúvidas e outras merdas, vou estar livre pra acabar com a minha vida, da maneira mais clichê e estúpida que eu puder, afogado no próprio vômito provavelmente.


Texto: KlebsonJordão/Kreubi - Twitter-Kreubi
Colaboração: AdolfoFreitas/Dodô - Twitter-Dodô

Um comentário:

  1. Velho,
    esse foi um dos seus textos mais engraçados. Era pra ser?

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