Pages

domingo, 17 de outubro de 2010

Resumidamente falando...


Resumidamente falando, não tava conseguindo escrever. Há alguns dias atrás me esbarrei com o meu sócio (http://twitter.com/AdolfoFreitas) na rua, perguntei se ele havia escrito algo novo ultimamente, a resposta foi:
– Não! Não tem acontecido porra nenhuma na minha vida!
Após algumas horas no trabalho, essa frase correu meu pensamento, depois ficou martelando, indo e voltando de uma forma chata. Resultado, aqui está algo que tem acontecido comigo freqüentemente.

               Me encontro sentado, dialogando com pessoas desconhecidas, falando sobre valores, benefícios, ofertas, tentando não errar, às vezes me saindo bem, outras vezes me saindo mal. Em meio ao caos de palavras e argumentos tolos, tento ler algo com a intenção de agregar familiaridades ao meu subconsciente referentes a cálculos, e informações acadêmicas visando um bom desempenho nas provas da vida (vestibular). A questão está no fato de eu nunca me importar com pessoas nem me apegar a elas. Gostar do meu longo período de quietude e andar sozinho, só que aparentemente devo ser uma pessoa sociável, apesar de ser magro, preto e pobre, com o cabelo de maluco e as constantes palavras feias (palavrões) insistindo em ser proferidas independente da presença de pessoas de bem. Não é possível! Converso com pessoas agora. Não faço muitas piadas, mas respondo coisas, digo outras, sou mal interpretado na maioria das vezes, mas acrescento as expressões “Ah, que se FODA!” ou “.......... de cú é rola!” e as pessoas percebem que estão lidando com alguém louco, idiota, estúpido, patético, mas que não liga pra porra nenhuma e nada de bom ou ruim vai reverter esse estado dele. Logo, não tenho salvação, pensei que eles iriam correr, se afastar, agir como se não me conhecessem, mas não. Eles ainda falam comigo. Me fazem companhia. Dizem que DEUS terá misericórdia de mim. EU fico dando risada das afirmações religiosas, já deixei claro, pra quem quisesse ouvir, que NÃO ACREDITO EM DEUS! E eles reagem na hora, mas depois deixam pra lá, se sentem pena da minha pobre alma, guardam-na pra si próprios.
            É hilário, meu maior aprendizado nesse trabalho tem a ver com conviver com pessoas diferentes, ainda não entendo seus costumes, mas me sinto incluído, às vezes é uma sensação legal, outras vezes só penso em fugir, mas é interessante como tenho conseguido lidar. Ainda tenho algumas limitações, meu processo de socialização está sendo lento e gradual em alguns pontos, como por exemplo, a reação aos elogios, piadas relacionadas a interesses românticos, nunca fui bom nesse quesito, mas ainda estou no jogo. No meio dessas peculiaridades percebi que estava conseguindo ser o tão esperado eu mesmo. Sem fingimentos, dizendo o que penso sem me importar com as opiniões, fazendo as clássicas bobagens também, tipo parecer idiota e retardado em algumas situações, mas nem ligo, hei! Porra, às vezes pareço um retardado! Outras pessoas também parecem retardadas, mas elas não falam porque pensam que vão dar uma deixa para serem chamadas de retardados pra sempre, tipo, acredito que todos temos nossos momentos retardados (uns mais que outros), e daí?! Assim como temos nossos momentos de gênios, de burros, de herói ou de vilão. E se insistirem, sou retardado, burro, idiota, maluco, egoísta, sem sentimentos, imoral, fudido, hipócrita.
Pelo menos EU SEI disso...
Pior seria se eu não soubesse...
Ou não admitisse...
Ou não lembrasse...
Ah! Que se FÔDA!


Texto: KlebsonJordão/Kreubi - Twitter-Kreubi
Colaboração: AdolfoFreitas/Dodô - Twitter-Dodô

Um comentário: