Os homens da atualidade não são tão diferentes dos homens das cavernas. Alguns agem como nômades, outros saem para caçar, há os maiorais, os que seguem os maiorais, há também os que não seguem ninguém, a maioria luta a vida toda pra nada, ou fingem ainda haver algum motivo pra lutar, tem aqueles que formam família, os que fogem da família, os que dependem da família, os que vivem pros amigos, mas basicamente a maioria morre sem entender o porquê real de viver.
Então aqui estamos nós, tentando resolver esse enigma cruel. Nascemos como resultado da relação e interação social entre outros seres (nossos pais), e somos moldados por uma humanidade promiscua, satisfeita por consumir, matar, destruir e competir. Em resposta a esse tipo de coisa, que geralmente as pessoas normais não se importam ou sabem, expressamos no presente o que fomos (indiretamente) estimulados a aprender no passado, comprometendo assim o futuro.
É do nosso instinto competir, intimidar e conquistar, antigamente fazíamos tudo isso por território, poder político, comida, hoje queremos apenas dinheiro, mulheres e bebidas. Nessa ânsia por reconhecimento, sim, por que não adianta nada ter dinheiro, uma enorme quantidade de vadias a disposição e muito álcool, se não houver com quem comparar nossa soberania. Temos que mostrar o quão poderosos somos, temos que fazê-los desejar estar no nosso lugar. Temos que estar sempre no topo da cadeia alimentar, nem que seja a do capitalismo.
Isso que nos torna seres humanos, nossa principal característica, a síntese de todas as boas e más influências batidas em um liquidificador e despejadas por aí, para vagar, seguir, prosperar ou padecer embrulhados em desculpas que nem nós acreditamos na verdade. Será que realmente podemos ser considerados seres pensantes, mesmo não estando dispostos a pensar?
Colaboração: AdolfoFreitas/Dodô - Twitter-Dodô
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