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quarta-feira, 30 de junho de 2010

Lição


Texto escrito com base em algumas referências literárias de um passado não tão distante e referências televisivas (quis dizer de arquivos baixados pro PC) do presente.


Aprendi com o primeiro livro do “Harry Potter” que para uma mente bem estruturada a morte é apenas a aventura seguinte. Aprendi com o J.R.R. Tolkien que um anel para todos governar, um anel para encontrá-los, um anel para a todos trazer e na escuridão aprisioná-los, nas terras de Mordor onde as sombras se deitam, funciona pra sociedade atual também.
Aprendi com o livro “Adjutório” de Clovis Morais da silva que se você quiser ir pra merda era lá atrás, se quiser ir pra puta que o pariu é lá na frente, mas se quiser tomar na bunda é aqui mesmo. Aprendi com o Saramago lá no “Ensaio sobre a Cegueira” que se você retirar a capacidade do ser humano de ver, ele abandonará instantaneamente as próprias regras ou princípios a favor da própria sobrevivência. Aprendi com o “Caçador de Pipas” que o tempo pode mudar as pessoas superficialmente, mas não apagará as marcas ruins do seu passado. Aprendi com “O Sócio” de John Grisham que desviar uma grana de um escritório de advocacia milionário e transferi-la pra vinte bancos diferentes em vários países pelo mundo, mudar drasticamente a aparência, fugir pro Brasil e entregar todas as senhas, códigos e listas de contas para uma pessoa confiável, pressupondo uma futura captura e eventual tortura é uma idéia muuuito inteligente, a não ser que a pessoa confiável seja sua amante, pois mulheres lidando com o dinheiro do homem. Eis o grande problema.
Aprendi com o Stephen King que coisas aparentemente normais, se bem trabalhadas, resultam na abordagem perfeita para o inimaginável e podem render muito dinheiro junto. Com o filho dele o Mr. Joe Hill aprendi a ignorar os filmes de terror da atualidade, pois o segredo para o bom horror está na sutileza dos acontecimentos e a capacidade de moldar a relação pessoal do personagem com o medo e o imprevisível, aprendi também em um dos seus contos “A capa” que não importa o quê, alguém tem que ser o vilão.
Aprendi com o Edgar Allan Poe que quando as coisas ficarem estranhas na resolução dos mistérios, acredite, pode ficar pior. Aprendi a observar com o Sherlock, mas esqueci logo depois. Aprendi com o Luis Bernardo do “Equador”, que não devemos salvar a vida de um negão, pois ele pode acabar comendo a mulé da sua vida, pela qual acreditava estar apaixonado e disposto a abandonar sua tudo e fugir, aprendi também com o Luis Bernardo a dar valor às mulatas faceiras e de curvas estonteantes presentes em vários lugares de salvador (ao menos as que fogem ao estereótipo de esculhanbadas e baixastral). Aprendi com o Julius Clarence do “Mercadores da Noite” que para ganhar dinheiro é preciso visualizar as coisas do agora, avaliando uma possível escassez no futuro, estar disposto a investir, pra enfim, LUCRAR. E finalmente, aprendi com o Nietzsche que não existe bondade, o ser humano só faz algo por outro ser humano se essa ação não o prejudicar. Ou seja, se você for se fuder ao ajudar um pobre, você não o fará de boa vontade, isso é bondade?! Aprendi com o “Arquivo X” que a verdade está lá fora (The Truth is Out There), Aprendi com o Jack Bauer que nossas escolhas independem do bem e do mal, há apenas o que é certo a se fazer e que devemos estar dispostos a aceitar as conseqüências dos nossos atos sejam eles bons ou ruins, aprendi com “Lost” que o mundo não é pequeno, nós é que temos ligações com tantas pessoas em momentos diferentes, que às vezes nos flagramos reencontrando gente que acreditávamos nunca mais rever  na nossa vida. Aprendi com o Chuck que o nerd não fica com a gostosa, a não ser que ele tenha um supercomputador no cérebro. Aprendi com o cara do “Justified” (Raylan Givens) que só sacamos uma arma (metaforicamente falando) se tivermos realmente a intenção de usar, aprendi com o RJ Berger que a natureza pode ter me feito magro, franzino e idiota, mas também me deu um dom, dom esse que segue acompanhando cada palavra minha escrita aqui.
Aprendi tantas coisas com livros, séries, filmes e personagens que não saio de casa sem haver um bom motivo ou pressão exercida por pessoas que se importam comigo, quis dizer amigos.
No fim, talvez esteja vivendo apenas pra idealizar coisas. E tenha aprendido apenas uma sozinho, a mais importante. Me decepcionar.

Longe dos meus domínios, onde me sinto seguro e acolhido na escuridão às vezes me divirto como um telespectador anônimo da própria vida, outras vezes nem me divirto tanto.

Texto: KlebsonJordão/Kreubi - Siga-o no Twitter: http://twitter.com/Kreubi
Colaboração: AdolfoFreitas/Dodô - Siga-o no Twitter: http://twitter.com/AdolfoFreitas

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