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domingo, 11 de abril de 2010

Quem sabe...

Acordei triste por que há muito tempo não te vejo, vaguei pela casa até entender que você não estava aqui. Liguei a TV, mas não passava nada que me despertasse o interesse. Fiz a primeira refeição do dia me perguntando: “Será que não te amei o suficiente?”...
Não a culpo por não me amar, afinal não somos nós quem escolhemos as pessoas que amamos, apenas amamos...
Tive que ir à faculdade, não prestei atenção em aula alguma, fiquei apenas me questionando por que eu estava ali. Voltei pra casa na certeza de não ter motivos pra viver.
Almocei algo que não me lembro, aliás, eu nem lembro se eu almocei... Tinha que ir trabalhar: deveres a cumprir, mas eu só pensava em te ligar, pra falar o quanto eu ainda te amo, entretanto tinha certeza que não ia adiantar em nada.
Entrei naquele ônibus lotado e peguei um grande congestionamento, nada que me estressasse, aliás, eu nem tenho certeza se eu estava realmente em meu corpo, parecia vagar por aí a te procurar...
As louças do café da manhã e do suposto almoço ainda estão na pia para serem lavados, agora eu janto pensando no quão fui estúpido ao deixá-la partir. Dei-me conta que eu penso em você desde a hora em que acordei, deixei o jantar de lado e liguei o som em qualquer estação. Minha missão não era mais pensar em como faria você voltar, era muito improvável, então apenas tentei deixar você ir...
Logo agora que consigo pensar nos meus amigos, passa aquela música que me faz lembrar de ti. Pego um copo e ponho uma dose de Whisky. Pergunto-me por que é que tem que ser assim, subo para o quarto com a intenção de, finalmente, dormir, mas rolo na cama a te esperar...
Já é madrugada e as lembranças tendem a continuar, mas por quê? Por que essa tortura?
Amanhece e o sono chega, mas não adianta mais, tenho que ir à faculdade mais uma vez. Os pratos, copos e talheres continuam sujos, levanto pra voltar à rotina frenética dessa droga de cidade grande.
A louca, desenfreada e contínua busca pelo dinheiro que nos consome me traz de volta à realidade. Preciso estudar, trabalhar e me matar para garantir o meu futuro que, diga-se de passagem, sem você não tem o menor sentido. Quem sabe amanhã, talvez... Eu possa finalmente te esquecer e pôr um fim nesse sofrimento que me mata aos poucos.
Quem sabe...

Texto: AdolfoFreitas/Dodô - Siga-o no Twitter: http://twitter.com/AdolfoFreitas
Colaboração: KlebsonJordão/Kreubi - Siga-o no Twitter: http://twitter.com/Kreubi

Um comentário:

  1. É, quem sabe!!! ela volte...
    mais assim, gostei e entendir o texto...
    pórem, a maioria dos homens que se aprofundam no sentimento verdadeiro, quando perde o grande amor, se deixa abater nas grandes necessidades que a vida ofereçe, esqueçe os estudos, não se interessa pelo trabalho, entre outros. Então fica a dica: Pensem mais em você, e depois pensem naquelas pessoas que nos deixam...

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