Pages

terça-feira, 7 de junho de 2011

A Página em branco e a Caneta escura!

A Página branca ou a Página em branco, a perfeita exemplificação do vazio, assim como a primeira lei de Newton (inércia), a Página em branco tende a ficar em branco até que a Caneta escura se predisponha a preencher esse vazio, ao contrário da Página em branco, a Caneta escura está cheia, cheia de tinta, completa, com conteúdo, com características distintas e acessórios específicos, como um bocal, um desenho, umas palavras cravadas, mas a Página em branco continua como uma página em branco, sempre foi, mesmas dimensões, sozinha, triste, à espera de algo que a preencha.
         Um dia a Caneta escura encontra a Página em branco, é um encontro tão intenso que a Página em branco nunca mais poderá voltar a ser branca, pois o branco ainda intocado, parece limpo, em compensação permanecia estagnado. No momento que é acrescido o conteúdo da Caneta escura, no fundo, a Caneta sabe que deixará marcas eternas na Página ou ao menos até a hora da morte, pois a Caneta acredita na morte, acredita no fim, e a Página em branco, agora não tão em branco assim, percebe que as marcas, os conceitos e as novas características adquiridas vão permanecer com ELA até o momento do desconhecido fim, e a mesma se lamenta por ter perdido sua inocência e continua se lamentando durante toda a vida, mas ao alcançar o fim, a Página em branco, revendo sua trajetória, enfim, entende que as todas as coisas que retiraram a sua suposta inocência na verdade tornaram-na forte, útil e habilitada a durar por tanto tempo nessa vida, que consegue ser tão injusta às vezes, ou seja a Página que era “em branco” e que queria ser preenchida, quando conseguiu, queria voltar a estar “em branco” e na hora da morte, percebeu que não adiantou se lamentar, a vida continuou seguindo em frente, sem se importar com o que ela queria ou se importava, a Página em branco percebeu tardiamente que teve apenas por alguns “momentos” o que queria, não exatamente na hora que queria, ELA aprendeu tardiamente a importância de passar pelas referentes experiências, pois as mesmas fizeram ELA ser o que ela É. E isso tem que ter valido alguma coisa.
         A Caneta escura se lamenta pela morte da Página em branco, ela sabe que teve forte influência nos acontecimentos que levaram a Página a ter uma vida de infelicidades e frustrações, fica repetindo consigo mesma que a culpa não é somente dela, e sim da “Mão que empunha a caneta” - essa sim foi a feitora de todos os males - óbvio que se perguntarmos para a Mão, ela dirá que foi o “Cérebro” que ordenou que ela utilizasse a “Caneta” como uma ferramenta para causar todos os transtornos para a “Página”, por sua vez, o “Cérebro” acusaria o “Dono do cérebro” por comandar as respectivas ações, mas o grande questionamento é: A Pessoa (dona do Cérebro) é que comanda o cérebro ou o Cérebro que comanda a pessoa? Sabemos que o cérebro tem comandos involuntários usados para ajudar a Pessoa a sobreviver, logo, ele também pode ser considerado uma ferramenta para a PESSOA, mas enfim, quem comanda a pessoa? SERIA OUTRA PESSOA? E quem comanda a OUTRA PESSOA? Seria o SISTEMA?  Esse mesmo SISTEMA criado por um CONJUNTO de PESSOAS? Que talvez concordem na EXISTÊNCIA de algo MAIOR, DIVINO, PERFEITO, cuja intenção era fazer TODOS seguirem uma cadeia de pensamentos, ordens e ações. Mesmo sabendo que isso pode proporcionar aos comandados uma VIDA infeliz e vazia vivendo sob a perspectiva de uma felicidade eterna e incerta, sem desavenças. Porque, aparentemente, a vontade de estar bem e ser feliz, é atropelada pela NECESSIDADE e OBRIGAÇÃO, não de fazer o que se quer, mas de fazer o que PRECISA ser FEITO.
         Se VOCÊ não quiser precisar fazer certas coisas que tu considera irrelevantes pra sua VIDA, saiba que alguém que você AMA vai acabar precisando. SE tu não fizer por VOCÊ, acabará fazendo por outra pessoa, e se isso não for o suficiente pra todos se sentirem satisfeitos, e você se importar com ISSO, provavelmente sofrerá. Se você não se importar com nada disso, provavelmente você é um filho da mãe escroto, sem coração ou ALMA, como diriam os extremistas religiosos. Mas isso é um assunto, pra outra HORA.


Texto:KlebsonJordão/Kreubi- Twitter-Kreubi 
Colaboração:AdolfoFreitas/Dodô - Twitter-Dodô

Nenhum comentário:

Postar um comentário